BOLSA FAMÍLIA TEM MAIS BENEFICIÁRIOS DO QUE CARTEIRA ASSINADA EM 12 ESTADOS BRASILEIROS
- GUIA MIRAI
- há 23 horas
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Nordeste e Norte concentram maior número de beneficiários;

Doze das 27 unidades da federação brasileira ainda têm mais famílias beneficiárias do Bolsa Família do que trabalhadores com carteira assinada no setor privado. Os dados, divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) no último dia 28 de maio, excluem o setor público e revelam um retrato desigual no país, onde o Bolsa Família continua sendo a principal fonte de renda em parte considerável das regiões Norte e Nordeste.
Segundo o levantamento, Maranhão lidera essa lista, com cerca de 1,2 milhão de famílias inscritas no Bolsa Família contra aproximadamente 659 mil empregos formais, o que representa quase duas famílias beneficiárias para cada trabalhador celetista. No Nordeste, apenas o Rio Grande do Norte apresentou mudança de cenário e agora tem mais trabalhadores formais (528 mil) do que beneficiários do programa (500 mil).
Apesar da realidade desafiadora em algumas regiões, os números mostram sinais de reversão. Desde janeiro de 2023, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumiu o mandato, o mercado de trabalho formal vem crescendo de forma consistente, enquanto o número de beneficiários do Bolsa Família a por um processo de revisão cadastral. O resultado é que a proporção entre beneficiários e trabalhadores com carteira assinada tem diminuído gradualmente.
Em todo o país, 23 estados já apresentam crescimento de empregos formais em ritmo superior ao número de famílias inscritas no Bolsa Família nos últimos 12 meses. O número total de empregos com carteira assinada abertos em 2023 chegou a 1,48 milhão de novas vagas, resultado considerado expressivo por analistas do mercado de trabalho.
Antes da pandemia, eram oito os estados em que o Bolsa Família superava o emprego formal. Esse número saltou para 13 durante o período mais crítico da crise sanitária, com aumento na quantidade de beneficiários e fechamento de postos de trabalho. Agora, com a retomada econômica e o pente-fino nos cadastros do programa social, essa relação começa a se equilibrar.
Especialistas apontam que, embora o cenário mostre melhora, o desafio de reduzir a dependência de programas sociais ainda é grande, especialmente em estados como Maranhão, Pará e Piauí, que concentram altos índices de pobreza e desigualdade social. Por outro lado, o crescimento da formalização no mercado de trabalho sinaliza uma recuperação gradual da economia em várias regiões do país.
A expectativa do governo federal é de que, com a combinação de políticas de incentivo ao emprego e fiscalização rigorosa do cadastro de beneficiários, o número de estados com mais trabalhadores formais do que famílias no Bolsa Família continue a aumentar nos próximos anos.
GUIA MIRAI