DETENTOS DO COMPLEXO PENITENCIÁRIO DE PONTE NOVA INICIAM GREVE DE FOME PARA DENUNCIAR ABUSOS E MÁ QUALIDADE DA ALIMENTAÇÃO
- GUIA MIRAI
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Prisioneiros relatam agressões e comida estragada; governo estadual nega irregularidades e apura denúncias

Na manhã desta quarta-feira (4), detentos do Complexo Penitenciário de Ponte Nova, na Zona da Mata mineira, completaram o terceiro dia de greve de fome. O protesto, iniciado na última segunda-feira (2), tem como principal motivação a denúncia de que a alimentação fornecida estaria em péssimas condições, além de supostos abusos cometidos por policiais penais.
De acordo com relatos de familiares e advogados, a comida servida estaria azeda e insalubre, provocando problemas de saúde nos internos. “Meu filho contou que, no mês ado, muita gente ou mal. Ele disse que a carne estava estragada e que eles chegaram a encontrar insetos na comida”, relatou uma mãe que preferiu não se identificar.
Além da alimentação, os detentos denunciam agressões físicas, castigos injustificados e ameaças constantes dentro da unidade prisional. Há ainda queixas de superlotação e mistura de detentos de facções rivais, o que, segundo relatos, aumenta a tensão e os riscos de violência entre os presos.
Na terça-feira (3), familiares realizaram uma manifestação em frente ao presídio exigindo providências. Eles pediram o direito de entregar alimentos aos presos — prática que foi proibida recentemente pela direção da unidade — e relataram constrangimento e intimidação por parte da segurança durante o protesto.
A situação ganhou contornos ainda mais graves com a morte recente de um detento de 35 anos, cujo corpo foi encontrado em uma das celas. A causa da morte não foi confirmada oficialmente, mas internos afirmam que ele teria sido agredido por policiais penais.
Em nota oficial, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp) negou irregularidades na alimentação fornecida aos detentos e afirmou que há “rigorosos procedimentos de fiscalização contratual” para garantir a qualidade das refeições. A pasta também declarou que eventuais denúncias de agressão estão sendo apuradas de acordo com os trâmites legais, assegurando ampla defesa aos acusados.
Ainda segundo a Sejusp, medidas istrativas podem ser tomadas caso se comprovem abusos por parte de servidores. “O Estado preza pela legalidade e não compactua com nenhum tipo de violência dentro das unidades prisionais”, destacou o comunicado.
A greve de fome permanece sem previsão de encerramento, enquanto familiares e representantes da sociedade civil exigem providências e melhorias nas condições de custódia. O caso deve ser acompanhado por órgãos de fiscalização, como a Defensoria Pública e o Ministério Público, que já foram acionados para averiguar as denúncias.
GUIA MIRAÍ