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POR QUE É COMUM MOSQUITOS PICAREM APENAS UMA PESSOA DA CASA?

  • Foto do escritor: GUIA MIRAI
    GUIA MIRAI
  • há 4 dias
  • 3 min de leitura

É corriqueiro ouvir relatos de que, dentro de uma mesma casa, uma pessoa costuma ser muito mais picada por mosquitos do que as outras. Enquanto uns se queixam de não poder dormir por causa das picadas, outros sequer notam a presença dos insetos. O senso comum atribui isso a ter “sangue doce”, mas a ciência explica que o fenômeno é muito mais complexo e envolve fatores que vão além de mitos populares.


A reportagem conversou com o professor Breno Cardim, especialista em Biomedicina e doutor em Patologia, para entender por que os mosquitos, como o Aedes aegypti, transmissor de dengue, zika e chikungunya, preferem algumas pessoas a outras. Segundo ele, a atração dos mosquitos está relacionada a uma combinação de fatores fisiológicos e comportamentais.


De acordo com Cardim, um dos principais motivos pelos quais algumas pessoas são mais atraentes para os mosquitos é o odor corporal. “Cada pessoa tem um cheiro único, determinado por sua genética, microbiota da pele e secreções glandulares. Os mosquitos são altamente sensíveis a certos compostos químicos presentes no suor e no dióxido de carbono exalado na respiração”, explica o especialista.


Além disso, a microbiota — o conjunto de bactérias e fungos que vivem na nossa pele — também interfere. Algumas bactérias produzem compostos voláteis que podem ser particularmente atrativos para os mosquitos. “Estudos mostram que pessoas com uma microbiota específica atraem mais mosquitos”, acrescenta Cardim.


Outro fator importante é o dióxido de carbono (CO₂) que exalamos ao respirar. Mosquitos têm antenas altamente sensíveis para detectar o CO₂ a distâncias consideráveis. Pessoas que respiram mais intensamente, seja por questões fisiológicas ou após atividade física, emitem mais CO₂ e, portanto, podem atrair mais insetos.


A temperatura da pele também influencia. Mosquitos são atraídos por fontes de calor. Pessoas com metabolismo mais acelerado ou que estão mais ativas tendem a ter a pele mais quente, tornando-se alvos mais atraentes.


Segundo o professor Breno Cardim, fatores genéticos também pesam. “Existem estudos que mostram que o tipo sanguíneo influencia na atração dos mosquitos”, afirma. Pessoas com sangue tipo O, por exemplo, tendem a ser mais picadas que as do tipo A ou B. Isso se deve à composição de moléculas presentes na pele que servem de sinal para os insetos.


Além do tipo sanguíneo, características como sudorese e composição química do suor são geneticamente determinadas, o que reforça a diferença na atração dos mosquitos entre os indivíduos.


Mito do “sangue doce”


O especialista explica que a ideia de ter “sangue doce” é apenas uma forma popular de explicar o fenômeno. “Na verdade, o que existe é um conjunto de fatores, como odor, temperatura e composição química da pele e do suor, que fazem com que o mosquito prefira uma pessoa a outra. Não tem nada a ver com a quantidade de açúcar no sangue, como alguns acreditam.”


Como se proteger


Para quem sofre com as picadas, a recomendação é o uso de repelentes e roupas de manga comprida, principalmente em áreas onde há alta concentração de mosquitos. Manter portas e janelas teladas também ajuda a reduzir a entrada desses insetos em casa.


Portanto, da próxima vez que alguém reclamar de ser o “preferido” dos mosquitos, saiba que a culpa não é do “sangue doce”, mas sim de uma combinação de fatores biológicos que tornam aquela pessoa um alvo mais fácil para os insetos.


GUIA MIRAI

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